Observatório Legislativo BJI | A cultura da jogatina política nas Comissões Permanentes

Vereador-sumo-sapiente-sério-inabalável se recusou participar de duas comissões de indiscutível importância para o cotidiano dos contribuintes, eles só pensam em Constituição/Justiça e Finanças/Orçamento




Na sessão de 20 de fevereiro de 2017, três vereadores comunicaram suas renúncias de três comissões permanentes, Moacir Almeida, Sérgio Chizóstomo e Chermen Lepre, com todos alegando questões pessoais como motivo da renúncia coletiva, com o presidente tendo que providenciar a substituição ao final daquela sessão ordinária.

O vereador Raphael Siqueira logo na primeira sessão da atual legislatura, no dia 02 de fevereiro de 2017, protestou pelo fato de ter sido “ceifado” de participar de “uma determinada” comissão permanente, sem mencionar qual seria esta comissão, e na sessão do dia 20 de fevereiro o presidente Leonardo Dutra o nomeou para participar de duas comissões, a de saúde e educação e a de agricultura, transportes e obras públicas, e ele que desejava participar de uma “determinada comissão”, acabou se recusando por duas vezes para participar de duas determinadas comissões.

Imagino que a “determinada comissão” que o Vereador-sumo-sapiente-sério-inabalável desejaria participar, seria a de Constituição, Justiça e Redação ou a de Orçamento e Finanças, que são as duas comissões consideradas por qualquer vereador de qualquer época como as únicas importantes em nosso Poder Legislativo.

Este entendimento sobre as duas comissões acima abordadas, vem de uma cultura alimentada pelo jogo político que ocorre nos bastidores, pois trata-se de duas comissões meramente burocráticas, não oferecem a menor projeção política pelo fato dessas somente terem peso na apreciação dos projetos enviados ao executivo, o poder dessas comissões muitas vezes se dão nas negociatas e chantagens políticas.



Diferente são as comissões permanentes que cuidam de saúde, educação, agricultura, obras públicas e direito do consumidor, essas comissões têm como objetivo exclusivo em estabelecer o canal de diálogo entre o Poder Público e as comunidades nas reivindicações dessas, são nessas comissões que os vereadores de fato LEGISLAM e FISCALIZAM, mas essas são mais trabalhosas, requer dedicação extrema para serem uma boa vitrine política.

O fato do Vereador-sumo-sapiente-sério-inabalável ter se recusado em ser membro de duas comissões que não são a de Constituição/Justiça ou Orçamento/Finanças, apenas nos faz constatar que apesar de jovem e em primeiro mandato, ele age como os viciados de outrora sem representar o menor resquício de renovação política em nosso Poder Legislativo, e ele não está só.

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