Polícia Civil retoma investigações do escândalo da verba de 1 milhão da ALERJ em 2009

Câmara de Vereadores teria sido notificada pelo delegado de polícia, e no ofício constaria o teor de um requerimento solicitando cópias da prestação de contas ou qualquer outro documento relacionado a polêmica verba de 1 milhão da ALERJ


O primeiro grande escândalo de corrupção da era Branca Motta na prefeitura se deu logo no início do primeiro ano de seu primeiro mandato, em fevereiro de 2009 o município foi contemplado com uma verba no valor de R$ 1.000.000,00 da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, para executar ações emergenciais das enchentes ocorridas na ocasião.

Pessoas que faziam parte do grupo político do casal-improbidade na época, e que participaram das reuniões sobre a aplicação desta verba, garantem que no mínimo foram desviados R$ 350.000,00, podendo até ultrapassar os R$ 400.000,00 do total de 1 milhão repassados ao município.

Na época dos fatos o ex-vereador Batista Magalhães e o atual presidente do Sindserv-BJI, Rogério Lima, acompanharam de perto os desdobramentos das obras e puderam constatar e comprovar discrepâncias que consolidam o grande escândalo que se descortinava em março de 2009, para se ter uma ideia, a quantidade de horas pagas pela recuperação da estrada do Jacó em Carabuçu, seria o suficiente para executar o mesmo serviço a uma distância até o Canadá, isso mesmo, o atraente País localizado na América do Norte.

De posse de farto material comprobatório, Batista Magalhães chegou a prestar mais de quatro horas de depoimento na delegacia de polícia denunciando os desvios, não por coincidência, bastou o delegado da época, Dr. Márcio Caldas, instaurar o procedimento investigatório para ele ser transferido para outra jurisdição, a famosa “punição geográfica”, como é conhecida no meio policial.

Os documentos relacionados a prestação de contas deste escândalo estão adormecidos no Poder Legislativo desde abril de 2010, por duas legislaturas e com a passagem de dois presidentes diferentes, Luciano Nunes e Samuel Júnior, que jamais se interessaram em apurar a aplicação desses recursos, mesmo com toda repercussão da denúncia feita por Magalhães.

Mesmo com Batista Magalhães protocolando por duas vezes a denúncia requerendo a instauração de uma Comissão Especial de Investigação, o Legislativo muito provavelmente por conta do constrangimento envolvendo as empresas que viabilizaram o escândalo, nunca se apurou o fato.



Para se ter uma ideia do descaramento com que foi elaborada esta prestação de contas, temos nela uma nota fiscal emitida pela Empreiteira Silva no valor de R$ 189.451,47, com uma única especificação de que o valor se referia ao serviço prestado de conserto de calçamento, sem especificar a metragem trabalhada e muito menos a relação das ruas que foram consertadas.

Mais intrigante, para não dizer escandaloso, é o descaramento contido no verso da mesma nota fiscal da Empreiteira Silva, onde um servidor efetivo do município atesta que a obra foi realizada, mas que “devido as intempéries das chuvas, não foi possível realizar a medição”, e mesmo assim o secretário de fazenda autorizou o pagamento de quase 200 mil reais por um serviço que não foi inspecionado e muito menos detalhado em nota fiscal.

Como pode as “intempéries das chuvas” impedir que se faça uma medição do conserto do calçamento das ruas já estando o serviço concluído? Será que desde o dia da execução do serviço até o envio da nota fiscal para a secretaria de fazenda efetuar o pagamento as chuvas não se cessaram?

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A prefeita e seu marido-secretário terão que conviver com mais esta bomba que explodirá no colo deles, agora com o agravante de não terem mais a influência do governo do Estado para blinda-los, com Sérgio Cabral preso, Fernando Pezão com a corda no pescoço e o casal-improbidade longe do poder, a farra-do-milhão-de-2009 se converterá no pesadelo-da-prisão-de-2017.

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