País | Relações indevidas para um juiz com tamanha responsabilidade

Repercussão das fotografias do imparcial-de-Curitiba com o super-delatado Aécio Neves em evento da revista Isto É, gerou mais subsídio para se constatar o sentimento de fanatismo que muitos nutrem por este personagem criado pela mídia


O que é de estarrecer o espírito da cidadania, é ver que temos advogados e recém formados em direito que consideraram normal a conduta do juiz-imparcial-de-Curitiba em sua conversa íntima e divertida com o Senador Aécio Neves, mesmo que este tenha sido delatado por diversas vezes na ação a qual o juiz-Moro dirige em primeira instância.

O fato de Aécio Neves e José Serra terem a prerrogativa do foro não faz com que eles deixam de ser parte envolvida na Operação Lava Jato, mesmo com o juiz-Moro estando fora da alçada de competência para julgar ambos, pois se eles perderem o foro privilegiado eles passariam a serem jurisdicionados ao Moro-imparcial.

Se um advogado ignora a existência do Código de Ética da Magistratura Nacional (Clique aqui e acesse na íntegra), que em seu Artigo 8º no Capítulo III deixa muito claro quanto a desconformidade da conduta pública de um juiz que tem sobre seus ombros a responsabilidade de conduzir a operação Lava Jato em primeira instância, é o mais claro sinal da ignorância, que nada tem a ver com desinformação, e sim em ignorar fatos para encontrar sua razão.



Mais escandalosa do que a sequência de fotografias do imparcial-de-Curitiba com três alvos das delações que já vazaram da Odebrecht, é a participação dele em setembro de2015 de um almoço-debate promovido pelo Instituto Lide, que pertence ao Grupo Dória, de João Dória filho, tucano que se elegeu prefeito de São Paulo, na ocasião Dória já anunciava sua pré-candidatura a prefeitura de São Paulo.

Cabe ainda ressaltar que o imparcial-de-Curitiba recebeu cachê para participar de um evento privado, em uma quinta-feira de setembro de 2015 no estado de São Paulo, onde ele deixou de lado todas as atividades da operação Lava Jato para palestrar em uma plateia de empresários-tucanos, que chegou-se ao absurdo de se permitir que perguntassem a ele se “a prisão de Lula seria questão de tempo”, mesmo com o citado sem ser réu na operação na época.

 É óbvio que o juiz-celebridade-de-Curitiba poderia incluir uma cláusula contratual que vedasse qualquer pergunta neste sentido no evento privado, mas não era essa a intenção dele, se manter imparcial com os petistas diante de uma plateia de endinheirados tucanos.



Mais desonesto ainda é ver pessoas com formação de nível superior querer justificar a intimidade do imparcial-de-Curitiba com Aécio, ao compartilharem um mosaico de imagens com Lula e Aécio em muitos momentos de ternura entre ambos, e pelas fotografias utilizadas temos a impressão que são da época em que o petista era presidente e o tucano governador de Minas Gerais.

Ocorre que existe uma abissal diferença entre as fotografias de Moro-Aécio e Lula-Aécio, a saber, que na primeira temos um juiz e um senador, e na outra um presidente e um governador, situação que não gera desconformidade como no caso de julgador explicitando sua intimidade com um potencial personagem a ser julgado pela mesmo operação deste juiz em instância superior.


O fanatismo que as pessoas nutrem por este novo herói nacional fabricado pela grande mídia, os deixam tão cegos ao ponto deles não verem constrangimento para o imparcial-de-Curitiba em participar de uma premiação a qual MiShell Temer foi o grande congratulado da noite como o “homem do ano”.



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