Derrocada do Estado do RJ tem sua parcela de responsabilidade no que há de pior na mistura política/religião

Muitos internautas estão com suas indignações afloradas com a covardia do governo peemedebista do Estado do Rio de Janeiro, com o governador Pezão sendo alvo de duros protestos e manifestações, mas esses internautas indignados se lembram em quem votaram no segundo turno para governador em 2014?


Sou capaz de apostar que a maioria desses indignados com o Pezão, votaram no Pezão no segundo turno de 2014 devido a “catequese-eleitoral” promovida pela Igreja Católica naquelas eleições, a ida de Marcelo Crivella para o segundo turno fez com que os bispos de todas as congregações católicas do Estado do RJ se mobilizassem contra o candidato da IURD para eleger o Barrabás-peemedebista.

Os bispos de Campos dos Goytacazes chegaram a publicar um manifesto “orientando” aos fiéis católicos a não votarem em um candidato “...pela sua vinculação com uma agrupação religiosa que visa um projeto de poder...”, com a justificativa pela defesa de propostas que somente interessam ao catolicismo, como o ensino religioso/católico nas escolas.

Por mais que alertávamos em 2014 sobre a anunciada derrocada econômica do Estado do Rio de Janeiro que se confirmou desde o final de 2015, a cegueira religiosa foi capaz de apoiar uma quadrilha que está sendo desmontada dois anos depois de alertados todos os escândalos, sem dúvidas que se Crivella fosse eleito em 2014 o Estado não se encontraria neste estado, ele não teria a Rede Globo para acobertar os erros de seu governo, e muito menos o rolo compressor peemedebista na ALERJ.



Para se ter uma ideia da influência do cabresto eleitoral dos bispos naquelas eleições, no primeiro turno o candidato vencedor em Bom Jesus do Itabapoana foi Anthony Garotinho com quase 50% dos votos válidos com pezão em segundo com pouco mais de 36%, no segundo turno Marcelo Crivella teve 27% com Pezão disparando de 36,34 do primeiro turno para  72,79% no segundo turno.

Em tese, a maioria dos votos de Anthony Garotinho que também é evangélico como Crivella mas da igreja Presbiteriana, deveriam migrar para o candidato da IURD depois do anúncio do apoio de Garotinho a Crivella no segundo turno, mas foram para Pezão, o que significa que Garotinho sendo evangélico teve muitos votos de católicos bom-jesuenses no primeiro turno, que por preconceito as religiões pentecostais, optou pelos ladrões do PMDB no segundo turno.




Nesta publicação temos imagens de um manifesto assinado em conjunto pelos bispos da Campos dos Goytacazes Dom Francisco Roberto e Dom Fernando Rifam, onde eles de maneira inconsequente somente objetivaram o interesse privado da Igreja Católica, em momento algum os nobres bispos se preocuparam com os fiéis católicos que são servidores do governo do Estado ou nos católicos das periferias que são massacrados pelo governo que eles apoiaram explicitamente.


Na ocasião deste manifesto, todas as paróquias subordinadas a diocese de Campos dos Goytacazes promoveram propaganda eleitoral irregular em massa nas missas que antecederam o segundo turno, e eu havia feito uma dura publicação em protesto contra os padres que agiram a margem da legislação eleitoral, inclusive com pedidos explícitos de voto a Pezão em missas transmitidas pela Rádio Bom Jesus.

Quando publiquei a polêmica reportagem sobre as violações eleitorais por parte de bispos e padres, eu fui duramente criticado pelos fiéis que não quiseram enxergar a realidade para votar no religioso, o resultado está aí e o silêncio dos bispos é ensurdecedor.


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