Números discrepantes que alimenta o aparelhamento político no sistema municipal de ensino

Os números a serem apresentados nesta matéria, tem como objetivo em mostrar a todos o ponto que chegou o aparelhamento político da máquina pública municipal, trata-se de dados oficiais extraídos nos portais do governo municipal e federal


Em janeiro de 2013 o município de Bom Jesus do Itabapoana contava com 3533 alunos na rede municipal de ensino fundamental e com 231 professoras efetivas/celetistas, sob regime da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), com muitos dessas profissionais com duas matrículas e outras tantas trabalhando no sistema de extensão, conhecida também como “dobradinha”.

Os números totais entre alunos e professoras em janeiro de 2013 representam uma média de 15,29 alunos para cada professor, média mais do que aceitável para o bom trabalho das profissionais do magistério, só que o atual governo considerou termos poucas professoras em janeiro de 2013.



De fevereiro de 2013 a abril de 2015 ingressaram 110 professoras contratadas na prefeitura de BJI, sendo dessas, 65 em 2013, 28 em 2014 e 17 em 2015, com o grave detalhe de que nenhuma dessas contratadas foram submetidas a processo seletivo.

Todas essas 110 professoras foram contratadas por indicação meramente política, seja por parte dos vereadores ou do próprio grupo político do poder executivo, tanto que a maioria das contratações se deram no início de 2013, na ocasião em que a prefeita cooptava sua base governista na câmara de vereadores para compor seu rolo-compressor-legislativo para o segundo mandato.

As informações divulgadas nesta publicação se restringem até abril de 2015, devido ao fato do governo não mais disponibilizar a relação de profissionais efetivos e contratados na prefeitura, o último que consegui extrair foi em junho de 2015.



Nem de longe o número de alunos da rede de ensino fundamental acompanhou o crescimento do número de professoras contratadas a partir de fevereiro de 2013, e muito menos este número discrepante de contratações teria resultado em melhora no desempenho dos alunos, haja visto que os resultados do IDEB bom-jesuense permaneceram vexatórios, inclusive com redução de número de escolas avaliadas.

A reboque deste festival de contratações irregulares na secretaria de educação, veio o festival de retaliações e perseguições políticas promovidas contra professoras efetivas contrárias ao governo, praticamente todas perderam o benefício da extensão, e outras foram retiradas da sala de aula, como no caso da biblioteca que está “abrigando” cinco professoras impedidas de lecionar, fruto do mais descarado aparelhamento político na fundamental secretaria de educação.



Ainda temos que relevar sobre o agravante relacionado ao preparo dessas professoras contratadas sem serem submetidas a um processo seletivo, muitas, mas muitas mesmo, não têm a menor condição para estarem dentro de uma sala de aula, falta qualificação técnica e pedagógica além de preparo emocional para a função.

Eu mesmo já tive a oportunidade de ler um relatório de uma dessas professoras, e posso lhes garantir que temos analfabetas funcionais dentro das salas de aula, não são todas, mas existem de fato professoras neste patamar, é muito grave o que está ocorrendo.

O próximo governo poderá constatar essas informações tão logo comece a acessar o quadro administrativo do município, observará que não só a secretaria de educação, mas todas as secretarias têm sérios problemas de admissão de pessoal com o mesmo cunho da abordagem acima, e o mesmo terá que ter muita disposição para contrariar interesses para colocar a casa em ordem.



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