O retrocesso social de Santa Isabel e Nova Bom Jesus


O processo que estamos presenciando envolvendo a comunidade de Santa Isabel e o poder público municipal e o ministério público federal é fruto de um lamentável processo de retrocesso social vivido pelas comunidades de Santa Isabel e Nova Bom Jesus. Todos os avanços e conquistas obtidas nessa região do município nos anos noventa estão agora aos poucos se retrocedendo em um processo que se iniciou em 2002 justamente no governo do atual secretário de obras e marido da prefeita. Para melhor retratar essa tese, considero importante reportamos no final dos anos oitenta em que os moradores e ex-funcionários da Usina Santa Isabel vivam um impasse trabalhista mediante ao fechamento definitivo da referida usina, e esta em dificuldades financeiras não tinha recursos pra quitar os débitos trabalhistas com seus funcionários. A solução encontrada pelo poder público municipal na ocasião foi interceder junto à justiça do trabalho depositando em juízo o valor equivalente às terras pertencentes à usina, para que os ex-funcionários tivessem seus direito trabalhistas e financeiros garantidos, foi uma primeira vitória dessa comunidade.


A partir de então o governo municipal iniciou o planejamento da criação da “Nova Bom Jesus”, o que nessa área adquirida pelo governo abrigaria um distrito industrial, um conjunto habitacional o viveiro municipal de mudas e hortaliças, a Unidade de Tratamento de Lixo, e até uma equivocada pista de pouso para atender uma improvável demanda de tráfego aéreo em BJI. E esse processo teve seu andamento com o ápice dos acontecimentos em 1997 em que foi inaugurado o conjunto habitacional da Nova Bom Jesus recebendo ali as famílias que viviam às margens do Rio Itabapoana em diversos pontos do município, com moradores sendo removidos dos bairros Pimentel Marques, Lia Márcia e José Lima, próximo ao antigo campo do fluminense em que estes foram vitimados pelas cheias de janeiro de 1997.



Porém já estava em pleno funcionamento o viveiro municipal juntamente com a horta comunitária e a Unidade de Tratamento de Lixo desde o ano de 1995, o que juntos, esses empreendimentos públicos geravam mais de cem empregos, e contribuía decisivamente para a interação dos antigos moradores de Santa Isabel com os novos moradores da Nova Bom Jesus. O mesmo governo Álvaro Moreira ainda promoveu a instalação do PSF de Santa Isabel e pavimentou as principais ruas de Santa Isabel. E logo no governo do atual secretário de obras (2001-2004) tanto o viveiro municipal como a Unidade de Tratamento de Lixo foram desativados ficando como o “marco regulatório” da descontinuidade de um processo social que levou quase uma década para ser consolidado. Daí por diante entramos em um detestável processo de sucateamento das instituições sociais e da depredação do patrimônio público que resulta nessa desordem em que vivemos. A atual prefeita e seu marido secretário são responsáveis diretos pelo processo de degradação social e ambiental em que vive a região de Santa Isabel e Nova Bom Jesus, o que deveria ser nosso cartão postal social e empreendedor está a cada dia se consolidando como o retrato lamentável da imoralidade que paira nosso poder público municipal nas esferas executiva e legislativa.

Enquanto muitas cidades lutam para obter recursos para construção de Unidade de Tratamento de Lixo, em Santa Isabel temos uma das melhores instalações para a reciclagem de lixo completamente abandonada e em plena deterioração de suas instalações, o que antes era um horto florestal e o viveiro municipal, se transformou em depósito de lixo e alvo de avanços da grilagem consentida pelo governo, basta conferir as medidas da área do antigo viveiro municipal no mapa e o tamanho em que ela se encontra que todos perceberão uma discrepante diferença de área entre a planta do terreno e o real tamanho deste. Hoje a realidade daquela região está pautada pelo abandono social do poder público, da brutal agressão ao meio ambiente patrocinada pelo governo e permitida pelo governo, e esse episódio da demolição das casas de Santa Isabel retrata com precisão o tamanho exato da indiferença e do desrespeito que o atual governo tem com os cidadãos bom-jesuenses.

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